Quando falo de astrologia, não me refiro apenas às previsões estritamente económicas – como o crescimento do PIB – que dependem de muitas variáveis que o governo não controla. Refiro-me principalmente às previsões orçamentais sobre as quais o governo tem poucas desculpas. Para não ir mais longe, veja-se a série de posts «SERVIÇO PÚBLICO: o défice de memória» e registe-se em particular o défice de 2009 que Teixeira dos Santos começou por prever em 2,2% e acabou em 10,0%.
Voltando às previsões económicas que, para simplificar, são baseadas numa de duas metodologias: um modelo teórico (por exemplo do tipo DSGE = «dynamic stochastic general equilibrium») ou um método empírico baseado em dados históricos. Há uns tempos atrás a Economist fez um interessante exercício de comparação das previsões do FMI para o conjunto dos países da base de dados do WEO com uma antecipação variando entre 21 e 3 meses e previsões da própria Economist baseadas em dois métodos de pura ironia (percentagem aleatória entre -2% e +10% e uma taxa fixa de 4%) e um terceiro baseado no crescimento do ano anterior. O resultado em termos do erro absoluto médio pode ver-se no diagrama seguinte.
Fonte: A mean feat, The Economist |
Aposto que previsões baseadas em números aleatórios seriam preferíveis às previsões feitas pela «ferramenta analítica» dos lentes da Mouse School of Economics.
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