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16/04/2016

ACREDITE SE QUISER: A coisa e o coiso

A associação de patetas esquizofrénicos que dá pelo nome de Bloco de Esquerda, à míngua de temas fracturantes ainda disponíveis, em vez de, por exemplo, defender em colaboração com o PAN a legalização da união de facto inter-espécies, propôs no parlamento um projecto de resolução para alterar o nome do documento de identificação de Cartão de Cidadão, que «não respeita a identidade de género de mais de metade da população portuguesa», para Cartão de Cidadania.

É falta de ímpeto revolucionário e, sobretudo, de imaginação. Com um campo tão vasto por desbravar, vão cair na burocracia mais rasteira. Por exemplo, por que diacho «coisa» há-de ser feminino, não respeitando a identidade de género de quase metade da população portuguesa. Afinal é um dos substantivos mais usados (8 milhões de ocorrências na pesquisa Google) em português, perdão, na língua portuguesa, para designar aquilo, masculino ou feminino, cujo nome não nos lembramos? Porque não usar «o» coiso (umas míseras 41 mil de ocorrências na pesquisa Google), quando aquilo que esquecemos é masculino? Tanto mais que, segundo os dicionários, quer «o» coiso, quer «a» coisa, são usados para designar «o coiso».

E se lançássemos uma petição para os berloquistas crescerem, tratarem-se deixarem de «coisar» o juízo dos portugueses, perdão, das pessoas portuguesas?

2 comentários:

Anónimo disse...

Vulpiano, um distinto jurista (como agora dizem) — para além do cidadão romano (civis romanus) já extensamente definido e catalogado desde o início da potência de Roma — definiu o que era o resto. As coisas.
Havia coisas que não se mexem nem falam — as pedras, um pau, etc. Les choses...
Havia coisas que se mexem mas não falam — os animais, do PAN... v.g.
Havia coisas que se mexem e falam — os escravos.
Roma, potência mundial durante uns 2.500 anos, não brincava em serviço. Como Portugal nos 3 séculos de glória como maior potência mundial.

Estas coisas que se mexem e falam — berloques — têm o incoveniente de uma fala estridente (para os meus ouvidos). Compreendo o seu sofrimento: não sabem quem, nem como, são.
Amén.

Anónimo disse...

Aliás, um escravo fugitivo passava de coisa, para não coisa.
Os berloques vão ter de sofrer muito para voltarem a ser coisa.
Todos fugiram de famílias ricas, onde eram coisa.