Num artigo apropriadamente intitulado «O dia de Brutus», Nicolau Santos aproveita a comemoração no passado dia 6 de Abril do 5.º aniversário da chamada dos bombeiros de Bruxelas para reescrever a história, contando a sua estória e fazendo um exercício de passa-culpas para Cavaco Silva («inimigo declarado das opções de Sócrates»), Carlos Costa, os banqueiros portugueses, Passos Coelho e Paulo Portas (todos «em grande unanimidade» visando «derrotar Sócrates e afastar o PS do poder»).
Não podendo negar o inegável, concede que «Sócrates conduziu o país ao abismo» acrescentando não a clássica conjunção adversativa de João Miguel Tavares (o «mas»), mas um «embora»: «embora fizesse tudo para evitar o pedido da ajuda internacional». Concordo, embora o maior contributo de Sócrates tenha sido fazer tudo para que o pedido da ajuda internacional fosse inevitável.
Mas (cá está outra vez a adversativa) o mais surpreendente não é o passa-culpas para os suspeitos do costume. O mais surpreendente é o culpado que Nicolau acrescenta e de quem durante muitos anos foi igualmente indefectível - o assistente para as finanças do querido líder. Termina assim a sua estória:
«Tão isolado e com inimigos tão poderosos, dificilmente Sócrates poderia sobreviver. Faltava apenas encontrar quem quisesse empunhar o punhal e desferir o golpe fatal. Foi Teixeira dos Santos. Brutus é sempre quem está mais próximo do líder.»
3 comentários:
Coitadinho do pinto de susa. Foi encornado pelo teixeira.
Artur, perdão, Prof.Doutor Artur Baptista da Silva - assim é que é - no exercício do rigor informativo , imbuído de exigente ética e acrisolado amor à verdade...
Sinceramente e sem rodeios acho um grande vergonha para os vários antepassados do nicolau vígaro o que ele escreveu.
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