Este post poderia ser uma sequela deste outro, em que recordei ter investido em tempos contra as fantasias a respeito dos Países Baixos do Dr. Miguel Sousa Tavares (MST), uma pessoa certamente culta e inteligente (sem ironia) e, apesar disso, com imensa dificuldade de lidar com os factos quando estes não confirmam o seu pré-conceito.
Os Países Baixos parecem despertar o desprezo de MST pelo mercantilismo e a NATO, outro objecto do seu desprezo recorrente, por razões que me escapam e que podem muito bem ser o contraponto à sua incontida veneração por todas as Rússias e uma mal disfarçada admiração pelo seu actual Czar. E foi, uma vez mais, esta sua inclinação a explicação para ter voltado pela enésima vez a escrever na sua crónica semanal no Expresso:
«A União Soviética e o Pacto de Varsóvia foram extintos em 1991, mas, ao invés, a NATO, longe de ser extinta, foi-se expandindo sucessivamente em seis momentos culminantes: em 1999, 2004, 2009, 2017, 2020 e 2023/24, com o alargamento à Finlândia e à Suécia. E sempre para onde? Sempre em direcção às fronteiras russas, onde hoje ocupa uns largos milhares de quilómetros contíguos a mais.»
Esta declaração leva-me a evocar o Visconde de Chateaubriand, a quem já atribuí inúmeras vezes algo que ele pode nunca ter dito ou escrito e a remeter para o post «Tal como a Divina Providência fez passar os rios através das cidades, assim as agressões da Rússia aos países vizinhos se seguem às adesões à Nato» e a sequência de factos históricos nele citados.
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