07/04/2024

O preconceito pode fazer parecer estúpido quem pode ser inteligente. Um exemplo mais recente

Este post poderia ser uma sequela deste outro, em que recordei ter investido em tempos contra as fantasias a respeito dos Países Baixos do Dr. Miguel Sousa Tavares (MST), uma pessoa certamente culta e inteligente (sem ironia) e, apesar disso, com imensa dificuldade de lidar com os factos quando estes não confirmam o seu pré-conceito. 

Os Países Baixos parecem despertar o desprezo de MST pelo mercantilismo e a NATO, outro objecto do seu desprezo recorrente, por razões que me escapam e que podem muito bem ser o contraponto à sua incontida veneração por todas as Rússias e uma mal disfarçada admiração pelo seu actual Czar. E foi, uma vez mais, esta sua inclinação a explicação para ter voltado pela enésima vez a escrever na sua crónica semanal no Expresso:  

«A União Soviética e o Pacto de Varsóvia foram extintos em 1991, mas, ao invés, a NATO, longe de ser extinta, foi-se expandindo sucessivamente em seis momentos culminantes: em 1999, 2004, 2009, 2017, 2020 e 2023/24, com o alargamento à Finlândia e à Sué­cia. E sempre para onde? Sempre em direcção às fronteiras russas, onde hoje ocupa uns largos milhares de quilómetros contíguos a mais.»

Esta declaração leva-me a evocar o Visconde de Chateaubriand, a quem já atribuí inúmeras vezes algo que ele pode nunca ter dito ou escrito e a remeter para o post «Tal como a Divina Providência fez passar os rios através das cidades, assim as agressões da Rússia aos países vizinhos se seguem às adesões à Nato» e a sequência de factos históricos nele citados.

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