Quase sessenta anos depois, Xi Jinping vem reeditando as campanhas de Mao de delação pública dos "traidores" cujo modelo inspirado em Fengqiao, a cidade onde foi levado mais longe, Xi baptizou de qunfang qunzhi, ou "prevenção e governação pelas massas". Este método consiste na organização das famílias em grupos de dez geridas por um líder, alguém politicamente confiável que pode ser um veterano do partido comunista ou um apparatchik da aldeia, que vai transmitindo as instruções do partido e recolhendo informações.
Pois bem, nem mesmo o qunfang qunzhi foi capaz de antecipar as manifestações e protestos populares espoletadas por um incêndio num condomínio em Urumqi, capital de Xinjiang, onde morreram uma dezena de pessoas porque as portas estavam lacradas a pretexto do confinamento arbitrário resultante da estratégia "Covid zero" para combater uma variante da Covid (Omicron) muito mais contagiosa e muito menos agressiva.
As manifestações apesar de duramente reprimidas estão a propagar-se por toda a China desafiando Xi e o partido comunista e, surpreendentemente, reclamando «liberdade de expressão». Como tudo isto irá acabar? Como de costume, com repressão brutal e reedições locais do massacre da praça Tiananmen.
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