Como habitualmente, quando são divulgados os dados do European Patent Office, a imprensa de ontem celebrou com entusiasmo os feitos da nação em matéria de patentes registadas, com títulos como os seguintes:
Ao leitor desprevenido pode ocorrer-lhe que, repentinamente, os portugueses, as portuguesas, as empresas e os empresários e, porque não?, o Estado sucial, foram assaltados por um surto de invenção e inovação. Ora, não é bem assim. O fulgor mediático apaga-se quando o confrontamos com os dados do EPO, desde logo porque o Portugal dos Pequenos representa 2,3% da população da UE e em 2021 apenas registou 286 patentes das cerca de 67,7 mil patentes da UE, ou seja 0,4%.
Resta-nos a consolação que temos um rácio de patentes por milhão umas 15 vezes superior ao da Federação Russa que com, as suas 272, registou menos patentes do que o número de ucranianos que assassinou numa única cidade (Bucha).
1 comentário:
Ora aí está: a forte costela para a investigação que marca o Portugal dos Pequeninos.
Quando jovem, trabalhei três anos no Laboratório Nacional de Física e de Energia Nucleares. Levei três anos a compreender que os novos não podiam investigar para que não se notasse que os mais velhos (os chefes) nada faziam. Estes cortavam-nos as pernas, as asas e outras coisas. Vim embora — apesar do excelente ordenado.
Abraço
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