«Na habitação, escolheu entrar em guerra aberta com o seu eterno inimigo político e presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, por causa do Programa de Arrendamento Acessível. Em 2019, os dois pareciam miúdos a discutir qual dos programas tinha os melhores apoios e as rendas mais baixas. O objetivo era reconverter casas e apartamentos que estivessem em regime de alojamento local em habitações para arrendamento com valores baixos, sendo parte destas suportadas pelo Estado. O programa ficou praticamente deserto e o Governo decidiu cortar em dois mil milhões de euros as verbas destinadas à redução do valor das rendas. Ou seja, o programa de Pedro Nuno Santos é um fracasso. Agora, à boleia do Plano de Recuperação e Resiliência, anunciou que tem 1250 milhões de euros para investir em habitação social até 2026. Cerca de 200 milhões por ano. O que a dividir pelos municípios dá pouco mais de 675 mil euros a cada um. Eis a política de habitação.»
O desenvolvimento natural destas políticas, que o Dr. Pedro Nuno ainda não teve o atrevimento de declarar publicamente, é o congelamento das rendas que a esquerda em geral propugna. E o que resultaria da adopção dessa política? A resposta simples é: já se viu o resultado com o congelamento das rendas adoptado pela primeira vez em 1910 na 1.ª República, mantido no Estado Novo, a partir de 1948 apenas em Lisboa e Porto e terminado em 1985 - a degradação da habitação, desertificação do centro das cidades e o aumento das rendas.
Mas isso foi no passado, poderá ser dito. Também no presente, é o que se conclui das medidas adoptadas em Berlim de congelamento das rendas muito celebradas pelo berloquismo para acabar com a especulação. Veja-se o que se passou nesta cronologia compilada por Helena Matos: em Janeiro do ano passado as rendas tinham subido 36%, em Agosto a oferta caiu 25% e em Fevereiro deste ano a oferta praticamente desapareceu. No fim da linha vai concluir-se o costume: é preciso "nacionalizar" a habitação.
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