Desde que foram conhecidos os primeiros dados por escalões etários, ficou evidente que a letalidade da pandemia era muito baixa nos jovens e principalmente nas crianças.
Essa constatação foi uma vez mais confirmada pelo estudo Clinical characteristics of children and young people admitted to hospital with covid-19 in United Kingdom: prospective multicentre observational cohort study da Universidade de Liverpool, abrangendo dois terços de todos os pacientes internados em 260 hospitais da Inglaterra, Escócia e País de Gales, publicado há poucos dias no British Medical Journal.
Dos cerca de 70 mil pacientes com sintomas de Covid-19 admitidos nesses hospitais entre 17 de Janeiro e 3 de Julho, 651 tinham menos de 19 anos e apenas 6 morreram, todos eles com problema graves de saúde pré-existentes.
A Dra. Olivia Swann, uma das co-autoras, professora clínica em doenças infecciosas pediátricas na Universidade de Edimburgo, disse ao Guardian que o risco das crianças terem de ser internadas é muito pequeno, assim como o risco de doença grave, e o risco de morte é evanescente.
Como já se tinha visto antes, o encerramento das escolas não encontra justificação do ponto de vista da pandemia e tem um impacto discriminatório que se prolongará por muitos anos nos jovens afectados.
Esse efeito é mais intenso nos alunos mais pobres nas escolas públicas com menos acesso aos métodos mais interactivos e mais eficazes do que os alunos mais ricos nas mesmas escolas. E esses alunos mais pobres têm ainda muito menos acesso a esses métodos do que os alunos das escolas privadas, geralmente provenientes de famílias das classes médias altas.
Também nos EUA se constatou que os efeitos negativos do ensino online, adoptado em substituição do ensino presencial devido ao fecho das escolas, eram mais fortes nos estudantes mais pobres.
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