«Afinal, como se tomam as grandes decisões de investimento? Esvaziados de capacidade técnica e sem estudos encomendados de reputação, os governos tornam-se reféns de grandes grupos de interesse, como na Energia, ou como foi nos anos 2000 das empresas de construção e banca, no caso das PPPs. Já nos esquecemos dos projetos de PPPs ou das eólicas que asseguravam taxas de rentabilidade de 11 a 20% aos investidores privados? Não se salvaguarda o interesse público. As decisões são tomadas ao sabor de alguns interesses privados, que até mobilizam a opinião pública do momento. E as decisões são tomadas nos gabinetes ministeriais e depois encomendados os “pareceres técnicos ou jurídicos” para sua fundamentação “a posteriori”, escolhendo-se pessoas que já se sabe que irão validar a escolha previamente feita.»
Recomendo a leitura não porque partilhe da opinião do autor sobre a importância do planeamento do Estado, mas porque o ensaio permite perceber que no lugar do planeamento do Estado existe em Portugal a gestão partidária dos lóbis económicos.
1 comentário:
Não ha falta de estratégia na actuação do governo. Há, sim, uma estratégia que não interessa ao pais e que não desagrada à oposição.
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