Por razões que me escapam, a descapitalização crescente de Portugal, um tema recorrente no (Im)pertinências em dezenas de posts, tem sido praticamente ignorada pela "economia mediática", ou seja aquilo de que falam os «
200 palhaços que vão à televisão falar de economia», entre os quais umas boas dezenas de graduados na Mouse School of Economics. E, no entanto, essa descapitalização, acompanhada da impreparação de uma parte significativa dos empresários e gestores e da falta de qualificações adequadas da mão-de-obra portuguesa explicam o enorme
handicap da economia portuguesa em matéria de produtividade e, em consequência, também de competitividade.
Uma das consequências da descapitalização da economia tem sido a progressiva alienação pelos empresários portugueses das suas empresas. Leia-se a este respeito a série
A defesa dos centros de decisão nacional onde se evocam estórias ridículas de empresários que num dia choravam em S. Bento a perda de controlo das empresas, assinavam um manifesto sobre os centros de decisão no dia seguinte e corriam a vender as suas empresas aos espanhóis, à Dr.ª Isabel dos Santos e a quem quisesse comprar, nem que fosse com o dinheiro emprestado pelos bancos portugueses. E assim se foram os bancos e as seguradoras quase todas e uma boa parte da pouca indústria que por cá havia.
De repente, por razões que também me escapam, a coisa aterrou agora nas páginas do Expresso que acordou para o assunto. Os gráficos seguintes falam por si.
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Expresso |
Se a estes gráficos juntarmos o quadro abaixo com a variação do stock de capital dos países da UE27, percebe-se porque crescemos menos do que quase todos os países sobreviventes do colapso do Império Soviético.
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Expresso |
E, pior do que isso, que é passado, criámos as condições para continuar a crescer menos no futuro. Sendo certo que toda a UE poderá entrar em recessão com o impacto do Covid-19, a economia portuguesa será provavelmente uma das mais duramente atingidas.
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