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26/05/2019

CASE STUDY: É preciso ser muito saudável para resistir a tanta doença (13.º capítulo) - Tal como o prof Centeno quer recalcular a carga fiscal, devemos recalcular a produtividade do trabalho

Outras doenças a que resistimos heroicamente.

Há uma dúzia de anos publiquei sete posts sobre o estado de saúde da nação e no último ponto de situação a multidão de sofredores era composta por:
  • 4 milhões hipertensos,
  • 38% com reumatismo ou artrite,
  • 15 a 20.000 com parkinsonismo,
  • 130 mil homens com cancro na próstata,
  • 200.000 fibromiálgicos,
  • 1.200.000 com fadiga crónica (estimativa do Impertinências),
  • 4.000 electricistas com doenças profissionais,
  • 30.000 portugueses que sofrem dos intestinos,
  • 14 milhões de dias de baixa por ano devido a problemas respiratórios,
  • 15 a 20% da população com prurido, vermelhidão e lacrimejo na primavera,
  • 4.000 (1 em cada 2.500 pessoas) que sofrem duma das mais de 40 doenças neuromusculares,
  • 1.500 crianças com doenças reumáticas de causa desconhecida,
  • 44.000 dias de falta por doença (15 dias por ano e alma) dos funcionários da Judite,
  • 1 em cada 4.000 recém nascidos que sofre de fibrose quística,
  • mais de um milhão de mulheres (1 em cada 5) e cerca de 300.000 homens (1 em cada 15) que sofrem de varizes,
  • 5% das mulheres que sofrem da síndrome dos ovários poliquísticos,
  • meio milhão de portuguesas e portugueses que sofrem de apneia do sono,
  • 1 em 200 que sofrem de epilepsia,
  • 500.000 diabéticos.
Depois disso ainda inventariei mais os seguintes sofredores:
Quando pensava já não haver portugueses suficientes para tanta doença, reparei que a SPEDM aumentou o número de diabéticos de 500 mil para 1 milhão, nem todos diagnosticados (pergunto-me se não estão diagnosticados como se sabe que são diabéticos?) e a mesma SPEDM informa-nos em anúncios publicados na imprensa que «as doenças da tiroide afectam mais de 1 milhão de portugueses».

Diz-se que a nossa produtividade é miserável e continua a cair (em 2018 desceu 0,2% e na UE subiu 0.9%). É injusto concluir isso porque se calcularmos a produtividade em relação ao pequeno número de portugueses que não foram atingidos por uma qualquer das imensas maleitas que nos afligem concluiremos seguramente que temos uma das produtividades mais altas da Europa, quiçá do mundo.

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