Este segundo ângulo, que me parece compatível com o primeiro, ainda que noutro tom e sem ironia, é o ângulo de João Cotrim Figueiredo neste artigo do jornal Eco. Aqui vão alguns excertos contrariando a visão da comentadoria oficial e dos opinion dealers:
- A abstenção subiu. Não subiu, não. Votaram mais 30.000 pessoas do que em 2014.
- O BE teve uma grande vitória. Não teve, não. (...) Fica abaixo dos 10,2% obtidos nas legislativas de 2015 e perde 223.000 votos!
- O PS teve uma grande vitória. Não, não teve. Em 2014 o PS teve 31,46%, a coligação PSD/CDS teve 27,71%, ou seja, uma diferença de 3,75%. Nas actuais eleições a diferença para PSD + CDS + Aliança + Iniciativa Liberal foi 2,52%.
- A direita teve uma grande derrota. Não teve, não. O PSD tem, de facto, uma derrota histórica, e o CDS um resultado mau, mas a direita no seu todo subiu. Com o Aliança e o Iniciativa Liberal, teve 27,71% em 2014 e passou para 30,87%.
- O PCP teve uma grande derrota. Não, não teve. Teve um desastre eleitoral.
3 comentários:
Falta aí apenas um dado que poderá alterar a percepção desses resultados: em 2014 a Paf era o Governo (da austeridade e contestado ao máximo) e a esquerda oposição pelo que a comparação dos resultados de 2019 deveria ser muito mais favorável à direita que em 2014, se é que me faço entender
Fez-se entender, sim senhor.
Foi por isso mesmo que "primeiro ângulo" (https://impertinencias.blogspot.com/2019/05/as-eleicoes-europeias-vistas-noutro.html) se escreveu:
«PSD e CDS despencaram, mas não muito, já que obtiveram em conjunto quase os mesmos votos de 2014. Só que por essa altura estavam a ser castigados pelo eleitorado por tomarem as medidas que o PS negociou com a troika (não, não é uma piada, foi isso mesmo que aconteceu).»
E enquanto por cá vamos discutindo "bagatelas eleitorais" o "mundo pula e avança" (talvez para o abismo mas avança) https://novomundo111.blogspot.com/2019/05/a-nova-tirania.html
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