«Não há outra maneira de dizer isto: junto do presidente chinês, o prof. Marcelo babou-se. Não falo da baba literal, que proporcionou um pitoresco momento televisivo e, no fundo, não significa nada. O problema é a baba figurada, ou a subserviência com que o principal representante do estado português recebe um ditador, aliás adequada à própria subserviência do país ao dinheiro da ditadura em questão. Da anexação provisória do Ritz e do trânsito lisboeta à tomada definitiva da EDP, do BCP e etc., é natural notar-se quem manda e quem obedece. Mas o prof. Marcelo escusava de tornar a diferença de estatuto tão evidente. Uma coisa é a diplomacia, outra são os sorrisos escancarados, e os salamaleques tão prolongados que arriscam hérnias discais. Prolongados e recorrentes. Agora foi a China. Antes, fora Angola. E, antes ainda, a peregrinação a Cuba para a bênção de São Fidel, que diplomacia nenhuma justifica. Pelo meio, ficaram os “avisos” contra Bolsonaro e as graçolas a Trump. Assim de repente, fica a ideia de que o prof. Marcelo só antipatiza com estadistas eleitos. Nisso compreendo-o: alguns são de facto embaraçosos.»
Alberto Gonçalves no Observador
1 comentário:
E Embaraçosos é pouco para descrever certos "estadistas" eleitos.
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