Os credores da Grécia discutem: o FMI defende mais um perdão de dívida e quase todos os países da Zona Euro se opõem. Quanto à geringonça, sabe-se o que Costa pensa («Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha») mas não se sabe o que Costa disse.
O problema da Grécia são, em primeiro lugar, os gregos. Em segundo lugar, os credores que, além de não se entenderem, receitam medicinas que deixam o doente ainda mais doente, Ora veja-se o diagrama seguinte (fonte).
Enquanto isso, os yields da dívida a 10 anos andam pelos 7-8% e não descem para abaixo, como dizia há pouco tempo aquele conhecido analista residente em Belém.
Fonte: Bloomberg |
(ii) défice do sistema de pensões ascende a 10,5% do PIB, quádruplo do valor médio na Zona Euro;
(iii) créditos em incumprimento (NPL’s) no sistema bancário representam 45% do total do crédito (em Portugal este rácio é de cerca de 12% e, como se sabe, os NPL’s são considerados um problema de enorme gravidade);
(iv) dívida pública atinge cerca de 180% do PIB, de longe o valor mais elevado na Zona Euro;
(v) taxa de desemprego em 23%, a mais alta da Zona Euro.»
A nossa esperança é Costa também não cumprir a promessa de seguir a mesma linha.
Aditamento:
Já depois de publicado este post, a Grécia, carecendo desesperadamente de dinheiro para não entrar em default em Julho, sucumbiu às pressões dos credores e aceitou aprovar um série de reformas estruturais. Não acreditem muito nisso. É, provavelmente, mas um expediente bilateral para chutar a bola para a frente: pelo lado grego porque é essa desde sempre o expediente; pelo lado da CE porque é preciso esperar pelas eleições francesas, holandesas, italianas e alemãs. Pelos dois lados, depois logo se vê.
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