Uma das consequências não intencionais das suaves brisas liberalizantes que nos últimos quatro anos refrescaram um pouco o bafio do PSD foi ajudar a clarificar o denso nevoeiro doutrinário doméstico. Não que o professor doutor Freitas do Amaral precisasse desse contributo porque ele há muito vem fazendo o seu caminho (em ziguezague, acrescente-se, dado o seu sensível e pletórico ego) – o caminho a caminho do socialismo.
O último episódio – o voto anunciado no PS – não surpreende. É, por assim dizer, a chegada a um destino que pode não ser o último, dependendo muito de como o PS da ocasião lustrar o seu luzido ego. Recordemos o conúbio seguido de divórcio disfarçado do excelso com o querido líder de cujo governo foi ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e as subsequentes dúvidas que com 6 anos de atraso o assaltaram nas vésperas da chegada da troika, como aqui relatou o Impertinente.
Na fundamentação da sua decisão de voto o excelso usa, sem ironia (de que ele de resto parece ser incapaz), alguns argumentos curiosos, tais como: «não gostei nada do estilo neoautoritário do PM», «indigna-me a falta de sensibilidade social desta direita neoliberal», «PS apresenta-se (e bem) como o partido do crescimento económico e da criação de emprego». Contudo, para quem foi ministro de José Sócrates, o seu argumento mais surpreendente é a acusação a Passos Coelho de «manipular os números, para poder fugir à verdade plena, sobretudo através de omissões e meias verdades»
Horror! Neoautoritário! |
Eu termino citando um dos nossos lemas: «Os cidadãos deste país não devem ter memória curta e deixar branquear as responsabilidades destas elites merdosas que nos têm desgovernado e pretendem ressuscitar purificadas das suas asneiras, incompetências e cobardias.»
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