Porque diabo terá o papa Francisco sentido necessidade de esclarecer à sua chegada aos Estados Unidos que «talvez haja a impressão de que sou um pouco de esquerda, mas eu não disse absolutamente nada que não esteja na doutrina social da Igreja»? Não estou a ver Bento XVI a dizer «talvez haja a impressão de que sou um pouco de direita» ou João Paulo II a dizer «talvez haja a impressão de que sou um pouco anticomunista».
Ao dizer isso marcou outra vez o terreno e, como se isso fosse pouco, continuou a fazer política por outros meios ao omitir no seu discurso ao Congresso americano a frase «If politics must truly be at the service of the human person, it follows that it cannot be a slave to the economy and finance». Porquê? Afinal se tudo isto é «doutrina social da Igreja» porquê poupar os congressistas à iluminação espiritual?
Vem a propósito destes equívocos papais acerca do capitalismo e dos pobres citar Thomas Sowell, um dos economistas de referência do (Im)pertinências, que escreveu há pouco dias sobre Francisco este artigo do qual respigo alguns parágrafos:
«Pope Francis has created political controversy, both inside and outside the Catholic Church, by blaming capitalism for many of the problems of the poor. We can no doubt expect more of the same during his visit to the United States.
Pope Francis is part of a larger trend of the rise of the political left among Catholic intellectuals. He is, in a sense, the culmination of that trend.
(…)
Pope Francis today, blithely throw around the phrase “the poor,” and blame poverty on what other people are doing or not doing to or for “the poor.”
Any serious look at the history of human beings over the millennia shows that the species began in poverty. It is not poverty, but prosperity, that needs explaining. Poverty is automatic, but prosperity requires many things — none of which is equally distributed around the world or even within a given society.
(…)
A scholar specializing in the study of Latin America said that the official poverty level in the United States is the upper middle class in Mexico. The much criticized market economy of the United States has done far more for the poor than the ideology of the left.
Pope Francis’ own native Argentina was once among the leading economies of the world, before it was ruined by the kind of ideological notions he is now promoting around the world.»
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
26/09/2015
De boas intenções está o inferno cheio (38) – A religião é a política por outros meios? (XI)
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1 comentário:
Disse Jesus, Deus feito homem: «De facto, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes sempre»
Isto é a realidade há milénios. Porque há homens que não ajudam quem tem pouco.
Que um Papa faça política até é legítimo. Já não será legítimo ser politiqueiro.
Como Jesuíta, o Papa não é burro. Eu acho que "lhes está a preparar a cama".
Aquele abraço
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