É claro que solução, do tipo «solução final», para o problema das inundações, não existe. Nem para qualquer outro problema dessa natureza e magnitude. Por isso, Costa não pode ser responsabilizado pela falta de «solução final». Contudo, há medidas de mitigação do problema pela falta das quais Costa pode e deve ser responsabilizado.
E, por maioria de razão, deve ser responsabilizado por decisões que eliminaram medidas de mitigação como a manutenção preventiva dos colectores, ao extinguir em 2011 o departamento de obras de infra-estrutura e saneamento da CML reduzindo os seus 130 elementos a menos de metade e integrando-os em outros departamentos. Ao mesmo tempo que extinguia esse departamento mantinha nos quadros da câmara (ver este post do Impertinente):
- 330 arquitectos
- 101 assistentes sociais
- 73 psicólogos
- 104 sociólogos
- 146 licenciados em marketing
- 260 engenheiros civis
- 156 historiadores
- 303 juristas, cujo serviço se supõe que deve ser dar parecer sobre os pareceres que a CML encomenda a gabinetes de advocacia privados, incluindo um a quem a câmara pagou 75 mil euros por um ano e 10 meses.
E tudo isto apesar de ter sido alertado há 4 anos para «uma situação de muito perigo, que é a degradação da rede de saneamento (que se encontra) num estado deplorável». E quem fez esse diagnóstico? O mesmo António Costa que pelos vistos sofre de um sério problema de dupla personalidade.
[Fonte: «Câmara desmantelou serviços de saneamento», Paulo Paixão no Expresso]
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