Em menos de um mês o governo acrescentou ao seu passivo dois falhanços em toda linha. Primeiro, o colapso da plataforma Citius comprometeu a reforma judiciária e revelou falta de capacidade de gestão e, em particular, de antecipar e gerir os riscos inerentes a um sistema que nasceu torto. A seguir o caos em centenas de escolas por problemas de colocação de professores, tudo indica pelo mesmo tipo de razões.
No fundo a raiz dos problemas é sempre a mesma. A dimensão e complexidade da máquina centralizadora do Estado está acima das capacidades de gestão do pessoal político e técnico disponível. E o mais dramático é que o caos se multiplica precisamente quando se pretendem introduzir reformas, as quais adicionam à insuficiente capacidade de gestão as resistências activas das corporações afectadas pelas reformas – nestes casos professores, advogados e juízes. Em relação à colocação dos professores, leia-se o artigo de José Manuel Fernandes, um dos pouquíssimos que faz uma análise objectiva e imparcial das razões do falhanço.
Daqui resulta que há mais garantias de tudo «funcionar bem» não mexendo em nada do que introduzindo reformas. É claro que não mexer em nada significa manter inalterado um Estado omnipresente e ineficiente que consome metade dos recursos do país, empurrando com a barriga os problemas, mas isso não tira o sono a uma classe política medíocre, nada patriótica e sem coragem que procura no exercício da política o meio de vida que não tem fora dela.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
08/10/2014
Estado empreendedor (92) – As reformas não consistem em ejaculações legislativas (II)
Etiquetas:
gestão pública,
incorrigível,
reformas,
um país talvez normal mas rançoso
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário