O papagaio do meu amigo fugiu da gaiola e, segundo a sondagem do ionline, contaminou 8 em cada 10 portugueses com o vírus «corta a despesa». E onde cortariam os contaminados a despesa pública? Ora, evidentemente uma parte substancial na metade da despesa corrente correspondente a despesas com saúde e educação. Certo? Errado. Dessa maioria colossal disposta a cortar a despesa, apenas 1 em cada 100 aceitam cortes nessa metade. Estamos conversados.
Aditamento:
É caso para perguntar: o que pensam os portugueses sobre o corte da despesa pública? João Miranda dá uma boa resposta no Blasfémias:
1. Todos os portugueses são a favor de cortes na despesa.
2. É melhor cortar na despesa do que aumentar impostos.
3. Os cortes não podem ser em bens essenciais como educação, saúde e segurança social.
4. Os cortes também não podem ser feitos na cultura, nem na segurança, nem na justiça.
5. As empresas de transportes são essenciais.
6. Não pode haver cortes no serviço público de televisão. Cortar na RTP levaria à degradação da programação televisiva.
7.Cortar nos transportes, no subsídio de desemprego e nos complementos para idosos é prejudicar os mais fracos.
8. A minha área específica de trabalho é absolutamente essencial. Nem pensar em cortar aí.
9. Protestos contra corte de despesa são sempre maiores que as manifestações a favor de cortes na despesa.
10. Não há memória de protestos contra aumentos de despesa.
11. Ganham-se eleições a prometer aumento de despesa. Nunca se ganham eleições a prometer cortes.
12. Corte-se em tudo menos nos salários das pessoas. E menos nas pensões. E menos no apoio às empresas.
13. Cortar no investimento público causa desemprego.
14. Os cortes não devem ser cegos, embora o aumento da despesa o possa ser.
15. Todos os cortes devem ser precedidos de estudos infindáveis. Esta regra não se aplica ao aumento da despesa.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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26/10/2012
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