Foi preciso esperar por uma aula na Faculdade de Economia do Porto, no âmbito da celebração de 10 anos do programa de pós graduações da Faculdade de Economia do Porto, para ficarmos a saber o que vai na cabeça do ministro das Finanças. Imagina o ministro que «em Outubro estivemos perto do abismo [e] se não fosse a intervenção das autoridades não sei o que seria».
Não terá o ministro percebido que nós por cá continuamos perto do abismo e nos mantemos na travessia do deserto do em vias de subdesenvolvimento que iniciámos há uma década (para só pensar nesta última etapa)? Não sabe o ministro o que seria sem a intervenção das autoridades? Eu também não. Ou, mais exactamente, depende da intervenção a que ele se refere. Se pensarmos no papel das autoridades monetárias e de regulação na génese da crise, «se não fosse a intervenção» não teríamos muito provavelmente a crise que estamos a ter. Teríamos talvez antecipado uma recessão moderada.
O veredicto mais honesto é, muito provavelmente, o que citámos há uma semana (que pode ser lido na íntegra aqui): «even if the crisis had an element of poor market practice at its roots, the performance of government institutions should be raising doubts in people’s minds as to whether agencies of the state are likely to be any more effective than market mechanisms in preventing another crisis».
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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18/05/2009
«Estivemos perto do abismo» e estamos a dar passos em frente
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bombeiro incendiário,
Desfazendo ideias feitas
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