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04/11/2020

Eu também não conheço nenhum caso de infecção em restaurantes, em cemitérios e em muitos outros lugares

O ministro do Ambiente e da Acção Climática, que parece ser a mesma pessoa que foi ministro do Ambiente e da Transição Energética no anterior governo, defendeu há dias no parlamento que os transportes públicos são perfeitamente seguros e afirmou «não tenho conhecimento de nenhum caso de infecção».

A gente percebe que os ministros atacados pela pandemia estão no estado em que a personagem protagonizada por Jack Nicholson do filme de Milos Forman Voando sobre um Ninho de Cucos ameaçou deixar a enfermeira do hospício: I can put a bug so far up her ass, she don't know whether to shit or wind her wristwatch, garantiu ele. Ainda assim, os ministros deveriam ter o cuidado de não insultar os neurónios que restam aos sujeitos passivos que lhes pagam o salário.

Na verdade, é um poucochinho contra a evidência para quem já tenha andado nos transportes públicos, por exemplo nos comboios da linha de Sintra ou no metro de Lisboa, e tivesse observado os milhares de molhos de pessoas, frequentemente em contacto próximo, que durante um dia vão soltando os respectivos aerossóis que se vão acumulando, viagem após viagem, nas carruagens nunca desinfectadas.

E é também um poucochinho contraditório com outras recomendações, por exemplo desaconselhar os sujeitos passivos de frequentarem restaurantes onde as mesas têm lotação limitada e são limpas cada vez que um freguês termina a refeição.

No entanto, tudo isto se percebe porque S. Ex.ª, o Dr. Costa e os seus ministros, como a enfermeira do Voando..., não sabem se devem mandar confinar toda a gente todo o tempo, acabando com a economia, ou se devem promover a economia acabando com toda a gente. Tudo porque deixaram que lhe enfiassem um bug tão profundamente nas suas meninges que não entendem que, mesmo sem confinamento, morreriam os que já estavam marcados pela ceifeira e pouco mais e não morreriam muitos dos que estão a morrer por falta de cuidados médicos, servindo o confinamento essencialmente para mitigar o colapso do SNS, tornado quase inevitável pelas cativações, redução de horários e outras medidas, aqui recordadas pelo outro contribuinte, que devemos agradecer ao governo do qual são patrocinador, primeiro-ministro e seus ajudantes, respectivamente.

Sendo assim, o que fazer?, perguntariam patrocinador, primeiro-ministro e seus ajudantes, se por acaso ainda lhes restar algum neurónio activo. Para começar, talvez ler com atenção a Declaração de Great Barrington.

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