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23/11/2020

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (60) - Em tempo de vírus (XXXVII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O socialismo não foi possível num só país. Será possível numa só cidade?

A semana passada foi de grande afirmação socialista do Dr. Medina, o sucessor preferido pelo Dr. Costa. Na entrevista ao programa Vichyssoise (um grande nome) da Rádio Observador, o Dr. Medina fez duas pesadas ameaças: (1) ilegalização do Chega, contribuindo assim para a promoção do Dr. Ventura, que esfregou as mãos de contente; (2) lançar uma alternativa à UberEats, com o que conseguiria uma de duas coisas, a alegria da UberEats ou a tristeza dos contribuintes que terão de pagar a factura, ou ambas.

Contudo, o Dr. Medina não faz só ameaças. Ele cumpre-as. Por exemplo a Web Summit a propósito da qual irão ser pagos 11 milhões de euros para o Paddy cobrar as inscrições pela módica quantia variando de 219 a 999 euros para um evento virtual sem nenhum impacto na hotelaria e na restauração.

Investimento público, a autoestrada mexicana do PS

Como se pode ler aqui, a estória da autoestrada mexicana é um caso de redução de três faixas estreitas para duas faixas, anunciada como aumento de 50% da largura de cada faixa com apenas redução um terço do seu número, seguida da reposição das três faixas, anunciada como um aumento de 50% do seu número.

Desta vez foi o anúncio pelo Dr. Leão do crescimento homólogo de 36,5% até Outubro do investimento público. E porquê este crescimento milagroso? Ora, porque o crescimento realizado o ano passado foi inferior ao orçamentado e o investimento público «estimado para 2020 é metade do realizado em 2010».

«Estamos preparados»

Depois de 100 mil frascos do antiviral remdesivir comprados por 35 milhões de euros, ficámos a saber que o seu uso foi desaconselhado por peritos da OMS.

Como que a explicar porque razão o excesso de mortalidade em relação à média é três vezes maior do que a mortalidade por Covid, os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente anunciaram a suspensão as «atividades não urgentes e não prioritárias» incluindo as cirurgias. E, por falar em excesso de mortalidade, que desde o início da pandemia é de quase 9 mil mortos, quase mais 6 mil do que a média morreram em casa. Guess why.

Quanto à app Stayaway Covid que o Dr. Costa queria tornar obrigatória, na última contagem dos 185 mil infectados, os médicos criaram 9 mil códigos e deste 1.651 foram inseridos pelos "utentes".

O Dr. Centeno do BdP é o que foi o Ronaldo das Finanças?

De uma vez cumprimentou-se pelo seu «trabalho de casa feito», de outra vez ameaçou que «os níveis de dívida tornam proibitivas intervenções massivas nos apoios sociais e à economia», o que, sendo verdade, passa ao lado dele próprio ser um dos maiores responsáveis por esses níveis ao dar prioridade à compra de votos dos funcionários públicos (35 horas, reposições, etc.) em alternativa a reduzir a dívida. Também avisou o governo e em particular o Dr. Pedro Nuno Santos com a sua TAP e a sua CP e o Dr. Galamba com os seus hidrogénios que «devemos evitar a todo o custo apoiar projetos empresariais inviáveis».

A difícil convivência do socialismo com a aritmética

O Dr. Costa dá o exemplo, garantindo que 68% dos contágios são no ambiente familiar quando se concluiu que em mais de 80% dos casos se desconhece a origem do contágio. O ministério da Saúde segue o exemplo e anuncia 477 surtos em escolas quando são apenas 68. Uns e outros, acompanhados em massa por inúmeros jornalistas de causas e luminárias do regime, consideram mais grave o 1/3 de morte por Covid do que os 2/3 do excesso de mortes em que o vírus está inocente mas não o SNS do qual o governo se declara «em defesa, sempre».

Terá o convívio na geringonça com o PCP contaminado o PS com o vírus das nacionalizações?

Se o convívio do socialismo com a aritmética é difícil, o convívio com o comunismo parece mais fácil. Sempre pela mão vanguardista do Dr. Pedro Nuno Santos, primeiro foi a TAP e agora pode seguir-se os CTT. Ele já havia concluído que o «interesse do povo não foi acautelado» e agora o vice-presidente da bancada parlamentar do PS anuncia que o governo está a negociar com o PCP o controlo dos CTT pelo Estado. No lugar do accionista privado, proporia ao Dr. Pedro que ficasse de borla com todo o negócio da distribuição de correio.

Não resisto a usar este exemplo de O Insurgente que compara o Portugal do Dr. Pedro e da sua TAP, a quem proporciona torrar 1,7 mil milhões de euros dos contribuintes, com uma Noruega, com o dobro do PIB per capita e um quarto da dívida pública per capita, cujo governo recusou uma ajuda financeira à Norwegian Air porque «não seria um uso responsável de fundos públicos».

A propósito do Dr. Pedro, uma espécie de berloquista a praticar uma espécie de entrismo, as facções socialistas começam a contar as espingardas em preparação para a sucessão do Dr. Costa o que deve ter inspirado o aviso da líder parlamentar do PS: quem quiser ser da esquerda radical, este não é o partido».

A família socialista tem imenso jeito para o negócio

A relação da grande família socialista com os negócios é outro exemplo de bom convívio. Sendo certo que todos se devem presumir inocentes até se provar a culpa, no caso de uma família com o passado desta seria quase aceitável mudar o paradigma para a presunção de culpa, como caso dos leilões de energia solar em 2019 e 2020 que a Comissão Europeia está a investigar.


Depois de um início de recuperação no Verão, nos últimos dois meses houve um abrandamento significativo. A montagem de veículos caiu 26% até Outubro o que não ajudou as exportações. O turismo voltou a cair mais de 50% em Setembro em relação ao ano passado.

Em consequência do regime de ajudas (lay off, etc.), parte dos desempregados de facto - um número estimado em 40 mil - continuam invisíveis para o desemprego estatístico que segundo o IEFP até diminuiu 1,6% em Setembro. Desemprego é coisa que não aflige a freguesia eleitoral do PS (e da esquerda em geral) que não cessa de aumentar (1,6% nos últimos 12 meses terminados em Setembro) atingindo mais de 700 mil funcionários públicos.

Boa Nova

Desta vez a ministra da Saúde (há quem lhe chame justamente ministra do SNS) depois de trautear A Internacional anunciou que o governo se prepara para ter a vacina contra a Covid em Janeiro, Tomai nota.

O choque da realidade com a Boa Nova

Lembram-se do programa Regressar que haveria de trazer legiões de imigrantes de volta à pátria? Sabendo que uma legião (romana) tinha 3 mil soldados, a legião de emigrantes abrangida o ano passado pelo programa só teve 757. Não parece um grande feito de quem disse que o governo de Passos Coelho «obrigou os portugueses a emigrar», quando comparamos com uns 400 mil emigrantes que estimo tenham saído deste paraíso socialista à beira-mar plantado desde que o Dr. Costa se instalou em S. Bento.

Recordam-se da nova Lei do Enquadramento Orçamental (LEO) proposta pelo governo anterior, já aprovada e diferida sucessivamente para 2017 e por último para o segundo semestre de 2020? À boa maneira socialista a coisa até tem uma Unidade de Implementação com o lindo nome de UniLEO. Ficou-se a saber pela boa de secretária de Estado do Orçamento que a UniLEO já vai no quarto chefe, à média de um por ano. E porquê?, perguntareis e eu respondo: porque a LEO exige uma maior transparência e transparência e socialismo não rimam.

E os mais de mil ventiladores encomendados à China através do apparatchik Brilhante Dias que falou «300 vezes por dia» com os chineses, ventiladores que continuam a chegar às pinguinhas e com falta de peças.

A queda é monumental, o buraco é enorme e a bazuca está encravada

O buraco, além do endividamento pantagruélico (ver o item seguinte), é a descapitalização da economia (o governo faz a sua parte (ver o item acima da auto-estrada mexicana) e uma produtividade medíocre todos os anos a ser ultrapassada pelos sobreviventes do colapso do comunismo.

Quanto à bazuca, continua encravada, apesar da visita de cortesia do Dr. Costa ao autocrata húngaro Viktor Orban para efeitos do peditório.



Jornal Eco

Do aumento em Setembro, 900 milhões devem-se ao Estado e 600 milhões às famílias e empresas. Desde que o Dr. Costa chegou a S Bento o endividamento aumentou mais de 34 mil milhões de euros.

1 comentário:

Bilder disse...

“Não precisamos que o governo nos diga para pedir empréstimos bancários,assim não precisamos que nos digam para fazer espectáculos de manhã,ou dizerem aos restaurantes par servirem jantares até ao meio-dia ou dizerem às pessoas para irem para a praia apanhar sol de madrugada.”——Muito bem senhor Luis de Matos(palavras a uma reportagem de tv ontem no campo pequeno após a “manif” pró cultura/agentes culturais)