Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

26/10/2020

SERVIÇO PÚBLICO: Deixaram de cantar os amanhãs do Dr. Costa (que um dia tentará refugiar-se em Bruxelas, como o outro se refugiou em Paris)

«Combater com a realidade aquilo que queremos muito ouvir é praticamente impossível. Os últimos anos foram muito ricos em exemplos dessa regra geral. Quisemos acreditar que o problema das pensões estava resolvido, quisemos acreditar que o subfinanciamento da saúde e da educação estava resolvido, quisemos acreditar que era possível aumentar o salário mínimo sem que isso tivesse efeitos no emprego, quisemos acreditar que a redução do horário de trabalho da função pública não custava dinheiro ou degradação dos serviços, quisemos acreditar que era muito fácil e barato reduzir o desequilíbrio das contas públicas, quisemos acreditar que se podia reduzir o défice público, reduzir impostos e, ao mesmo tempo, dar mais e mais dinheiro a pensionistas e funcionários públicos. Disseram-nos que isso era possível e nós, de tantos desejarmos, acreditámos no milagre. O problema é que não há milagres. Assim que desapareceu o crescimento, assim que apareceu a crise, os mesmos problemas de sempre voltam a perseguir-nos.»

Continuar a ler Tempos de ilusão e demagogia, Helena Garrido no Observador

1 comentário:

Ricardo A disse...

"Em um estado totalitário não se importa com o que as pessoas pensam,
desde que o governo possa controlá-lo pela força usando cassetetes.
Mas quando você não pode controlar as pessoas pela força, você tem
que controlar o que as pessoas pensam, e a maneira típica de fazer
isso é através da propaganda (fabricação de consentimento, criação
de ilusões necessárias), marginalizando o público em geral ou
reduzindo-a a alguma forma de apatia"
(Chomsky, N., 1993)