Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias
O choque da realidade com a Boa Nova
Anunciada em Fevereiro a redução do preço dos passes sociais para reduzir as emissões de dióxido de carbono, um resultado bastante duvidoso como aqui se tem mostrado, a coisa tem vindo a ser sucessivamente adiada na Área Metropolitana do Porto (AMP) e a última promessa do presidente da AMP e do entertainer do ministério do Ambiente de arrancar em 1 de Janeiro voltou a ser adiada para as calendas. Sem problema, digo eu, porque é uma poupança mais de despesa pública do que se reduzem as emissões de CO2.
«Em defesa do SNS, sempre»
Cansados de esperas e de falta de resposta pela degradação do SNS, revoltam-se os «utentes», expressão que em socialês designa os contribuintes que não têm seguro de saúde nem meios de recorrerem aos hospitais privados. Revoltam-se e, em vez de tentarem darem umas galhetas ao Dr. Costa e umas palmadas na ministra, agridem os médicos e os enfermeiros. Segundo a Ordem dos Médicos foram quase mil casos até Setembro e segundo a Direcção-Geral de Saúde no primeiro semestre a média mensal foi superior a 100 casos
Enquanto deixa degradar-se o tão amado SNS, a ministra da Saúde responde com tretas e discurso ideológico aos problemas e depois de defender a «dedicação exclusiva» substituiu-a por «dedicação plena recompensada», que nem ela saberá o que seja, e promete «trabalhar no sentido de ter uma estratégia até ao final do mês de Janeiro» para tratar da violência contra os profissionais de saúde, ou seja, mais tretas e mais ideologia ao som da Internacional Socialista hino que a temível Dr.ª Temido confessa ouvir aos berros para se acalmar.
Privados? E não se pode exterminá-los?
A semana passada foi marcada pela arremetida de leão do ministro Santos Silva, o tal que gosta de malhar na direita e, talvez por falta de direita para malhar, resolveu investir contra a «fraquíssima qualidade da gestão» das empresas portuguesas que responderam pela boca da CIP que o ministro deveria estar calado porque fez e faz parte da «fraquíssima administração política de sucessivos governos», ao que o ministro reagiu com uma saída de sendeiro penitenciando-se hipocritamente.
A família socialista tem imenso jeito para o negócio
O ex-secretário de Estado da Protecção Civil que já se sabia envolvido no caso das golas inflamáveis tornou-se agora suspeito de, enquanto autarca de Arouca, ter contratado sem concurso público empresas de amigos do antigo presidente do Turismo do Norte, a pedido deste, também membro da numerosa família socialista. (Jornal SOL).
Outro membro do círculo de amigos da família socialista, o artista plástico Pedro Cabrita Reis, plantou no mês passado em Matosinhos uma dúzia de estacas metálicas a que chamou "A Linha do Mar", pelas quais a câmara socialista pagou 300 mil euros acrescidos de 50 mil de alcavalas a uma empresa de Cabrita Reis com sócios da família e o advogado membro da comentadoria televisiva António Lobo Xavier. A coisa só se tornou conhecida pela obra ter sido «vandalizada» o que no contexto significou um ou mais os contribuintes terem pintado a preto o preço da "obra" nas estacas pintadas a branco. (fonte)
Já virámos a página da austeridade
Foi o que foi dizendo o Dr. Costa, enquanto o Ronaldo das Finanças apresentava orçamentos em que o investimento público crescia sempre em relação ao executado do ano anterior e o executado do ano foi sempre inferior ao orçamentado. Em resumo, enquanto o rácio executado/orçamentado do governo "neoliberal" foi 91% em 2015, o mesmo rácio do governo socialista foi 80% em 2016, 83% em 2017, 78% em 2018 e 56% até Outubro de 2019.
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
Um dos factores que explica a aparente prosperidade em que o Portugal do Dr. Costa parece viver tem sido o investimento imobiliário que só no ano passado, segundo o Expresso, superou 34 mil milhões de euros, sendo a maior parte de investidores estrangeiros. À medida em que os portugueses que vão vendendo os seus activos, significando geralmente entrada de capitais, cada vez menos transacções implicarão entradas de capital.
Enquanto o pau vai e vem, as vendas no comércio a retalho continuaram a aumentar (3,7% de crescimento homólogo em Novembro). As vendas de veículos ligeiros diminuíram no ano passado mas a marca Mercedes foi a terceira mais vendida e acima da Fiat, algo nunca visto durante décadas.
O estado do Estado Sucial administrado pelos socialistas
Como é possível não perguntem, a Segurança Social pagou «mais de 700 milhões de euros de forma indevida a milhares de beneficiários que não devolveram o dinheiro, revelou o Tribunal de Contas (TdC).»
Também não perguntem como é possível um Estado sucial a abarrotar de gente não saber o valor de dois terços dos seus imóveis.
Com o número de alunos a baixar ano após ano, o governo do Dr. Costa precisou de contratar mais 2 mil nos dois últimos meses. São mais dois mil candidatos a levarem porrada, como aqui e ali.
O Estado Sucial como máquina de extorsão
Até Novembro a receita fiscal líquida do Estado aumentou face ao mesmo período do ano anterior 1.5 mil milhões ou 3,7%. Entretanto, a dívida bruta aumentou 2 mil milhões de 249,1 no final do ano passado para 251,1 mil milhões no final de Novembro deste ano - veja-se também o parágrafo seguinte.
As dívidas não são para se pagar, foi isto que ele aprendeu
Foi muito festejada uma redução em Novembro da dívida pública. Antes de continuar as celebrações conviria olhar para o gráfico acima e constatar duas coisas: (1) nos últimos quatro anos de crescimento provavelmente irrepetível a dívida bruta aumentou significativamente e (2) em termos líquidos, o que mais interessa, aumentou ainda mais. Imagine-se o que acontecerá com 2, 3 ou 4 anos de recessão mesmo que moderada.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
07/01/2020
Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (13)
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