Depois de um desmentido do MAI, o mesmo que ainda hoje não sabe o que se passou em Pedrógão Grande, sobre a alegada falta de diplomas dos dirigentes da Protecção Civil, o jornal SOL revelou que houve resmas de dirigentes sem licenciatura, apesar desta ser obrigatória desde 2004, e outros com licenciaturas pelo método Relvas - um deles obteve equivalências em 31 das 34 disciplinas.
Falando de equivalências, a CRESAP (desde Abril com uma nova direcção nomeada pelo governo de Costa) aprovou 167 candidatos a cargos dirigentes na administração pública sem quaisquer reservas ou, como escreveu o semanário de reverência, «com zero chumbos» devido à excelência dos candidatos, evidentemente. Os mal-intencionados dirão que a coisa foi ajeitada para acomodar os boys aos jobs.
Apesar da bem-aventurança que tem abençoado a governação, Costa mostra uma elevada sensibilidade à ocasional falta de colaboração dos jornalistas, reagindo mal e mostrando a sua difícil convivência com a liberdade de imprensa, como quando deixou a Renascença a falar sozinha. Não obstante o aparelho de estado sucialista estar cada vez mais ocupado por apparatchiks, Costa também mostra alguma falta de confiança quando «impede a investigação às secretas ao recusar levantar segredo de Estado».
Pouco dias depois de ter escrito na última crónica que a esquerdalhada está impaciente por afogar o alojamento local, a secretária de Estado do Turismo admitiu que o governo aprove legislação para as câmaras o poderem limitar. O princípio orientador deste governo é, como na anedota de Reagan, «If it moves, tax it. If it keeps moving, regulate it. And if it stops moving, subsidize it.»
O governo que o ano passado «cativou» despesas de saúde (e muitas outras, claro) este ano, face à degradação da resposta do SNS, teve de aumentar a despesa 4,8% em termos homólogos, quando o OE 2017 previa a sua estabilização. Ao mesmo tempo os pagamentos em atraso dos hospitais atingem em Agosto 903 milhões de euros, o montante mais elevado desde 2013. Mostrando a habitual criatividade, o governo considera esta derrapagem uma «forte aposta» na saúde.
Indiferente às juras do Alquimista e do seu adjunto Mourinho Félix sobre o «trambolhão» que a dívida pública iria dar, a dívida directa do Estado deu um pulo em Agosto de 0,6% face a Julho e de 2,8% em relação ao período homólogo.
E o pulo da dívida seria ainda maior se o Estado não tivesse 1.145 milhões de euros por pagar aos fornecedores há mais de 90 dias (o prazo máximo é de 60 dias). Ou se estivesse a financiar a parte do Estado português nos programas financiados pelos fundos comunitários (Público).
Entretanto, as previsões do défice (sem recapitalização da Caixa) continuam a baixar. Graças à redução da despesas, nem que seja pelas cativações? Não. Pelo aumento da receita de impostos que cresceu 6% (1,5 mil milhões) até Agosto em vez dos 3% orçamentados. Isso vai servir para reduzir a dívida? Vamos usar o "dividendo" orçamental para reduzir a dívida e nos prepararmos para a ptóxima e inevitável recessão? Tirai o cavalinho da chuva, como se está a ver. Isso vai servir para confortar a clientela da geringonça.
Por exemplo, para integrar os precários a tempo parcial. Ou para sossegar as corporações que se agitam - segundo o Público que está sempre bem informado nestas matérias «Outubro tem 31 dias e 14 são de greve» - como os médicos, ou os professores e enfermeiros que fazem esperas a Costa ou mesmo os inspectores da ASAE, aqueles comandos da higiene e segurança alimentar que há muito aqui veneramos no (Im)pertinências.
Com Costa todas as notícias são boas. E quando não são boas a estatística de causas ajuda. A poupança das famílias é uma das mais baixas da EU28 e continua a descer? Dá-se um jeito e a revisão do PIB põe a poupança das famílias acima dos 5% (cinco por cento). Ora veja-se o gráfico que tanta alegria trouxe ao jornalista que o comenta:
Jornal Eco |
Afinal não? Reconheçamos que com o entusiasmo com que os consumidores esvaziam as suas contas bancárias (menos 2,2 mil milhões de euros de depósitos em Agosto) e se endividam aos bancos (mais 370 milhões de euros de crédito ao consumo em Agosto) os mínimos da poupança podem sempre diminuir (fonte). Tal como o crédito às empresas que não pára de diminuir - menos 8% até Julho. Qualquer mente minimamente conhecedora da história da economia portuguesa dos últimos 40 anos ligaria acenderia a luz vermelha. Mas desta vez será diferente, imagina a maioria com a cabeça enterrada na areia até ao sovacos.
Valha-nos algum resquício de desconfiómetro que terá levado o indicador de confiança dos consumidores a diminuir ligeiramente nos últimos dois meses.
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