«A ideia de que “não há alternativa” – o conceito baptizado de TINA, da formulação inglesa “there is no alternative” – é de uma enorme falácia.
Claro que a “alternativa” existe. Ela é praticada há muitos anos em muitos países e com bons resultados. Na Alemanha, Holanda, Áustria ou Bélgica, para dar apenas alguns exemplos, não consta que haja sucessivos pacotes de austeridade, défices descontrolados, impostos a subir estratosfericamente ou dívidas consideradas impagáveis — até a Bélgica, que há duas décadas era um dos países com o indicador mais alto, na casa dos 130% do PIB, conseguiu colocá-lo já próximo de 100%.
E mesmo a Irlanda, que foi resgatada apenas uns meses antes de nós, isso já é verdadeiramente uma coisa do passado. O PIB já cresce acima dos 4%, o défice orçamental quase não existe e a dívida pública está nos 75%.
A austeridade não é nenhuma fatalidade para quem tem políticas consistentes e responsáveis, para quem toma medidas atempadas para evitar desequilíbrios futuros e para os países que têm uma matriz reformista que procura a competitividade e a produtividade.
O problema são os outros, como nós. Incapazes, como temos sido, de construir uma base sólida de crescimento e convergência, passamos a vida a suspirar por uma “alternativa” e por uma “mudança”, atirando para agentes e decisores externos a responsabilidade das nossas próprias insuficiências.»
«A “alternativa”, grande truque de marketing político», Paulo Ferreira no jornal Eco
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
26/04/2017
Mitos (251) - Não há alternativa? Há alternativa, claro. Porém não gostamos dela.
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