Dou de barato que a acusação de António Costa na sua entrevista de 2.ª feira à RTP (que não vi). a propósito da situação da Caixa mas falando na generalidade, que o anterior governo maquilhou a situação para anunciar uma saída limpa e que logo a seguir começaram a surgir os problemas, tem uma parcela de verdade e que o governo PSD-CDS assobiou para o lado em certas matérias - no caso do Banif parece relativamente visível. Como manipulador hábil, quase tudo o que Costa diz não é completamente mentira e tem aspectos ou pormenores verdadeiros, a maioria das vezes em aspectos secundários.
Acontece, porém, que três meses depois da saída limpa o BdeP interveio no BES a quem Passos Coelho tinha recusado uns meses antes a Ricardo Salgado influenciar a Caixa para conceder um empréstimo. Acontece também que há poucos dias Costa acusou no parlamento também o anterior governo de ter afundado o BES - o banco por excelência do socialismo na sua encarnação socrática.
Acontece que Costa com essa gravíssima acusação acusa também o BdeP e principalmente o BCE, responsável desde 2014 pela supervisão dos maiores bancos, e a equipa técnica da troika. Felizmente para Costa nem o BCE nem o FMI nem a CE vêm a televisão portuguesa.
Finalmente e sobretudo, acontece que, como há-de ser incontornavelmente visível dentro de algum tempo, Costa e o seu governo são contumazes maquilhadores de situações que se aproximam perigosamente das piores práticas dos governos de Sócrates de que, recorde-se, Costa chegou a fazer parte.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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07/12/2016
A mentira como política oficial (28) - Diz o nu ao roto
Etiquetas:
ética republicana,
incorrigível,
insultos à inteligência
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