Outras doenças a que resistimos heroicamente
É preciso actualizar o estado de saúde da nação e acrescentar à multidão de sofredores mais uma classe: a dos professores universitários.
Segundo um oportuno e utilíssimo estudo da Universidade Portucalense, «mais de metade (62%) dos professores universitários estão com sintomas de stress e fadiga física, em burnout.» E porquê, santo deus? Porque, explica o estudo, têm uma carga horária (16 horas) «superior à recomendada, acrescida da necessidade de conciliar as aulas com a investigação e orientação de alunos, podendo acumular funções burocráticas ou de maior responsabilidade». (fonte)
Se o burnout dos médicos se explica pela quantidade pantagruélica de doentes e pela variedade de doenças de que sofrem os portugueses, como se explica o burnout dos professores universitários? Pensando no assunto, encontrei uma explicação oposta à dos médicos. Se estes estão sobre a pressão do excesso de doentes e doenças, sabendo que dos milhares de licenciaturas, mestrados, doutoramentos, pós-doc, pré-Bolonha, Bolonha e pós-Bolonha, há inúmeras ofertas (parece que é assim que se diz) que têm um reduzido ou mesmo nulo número de alunos, imagino que os professores universitários delas encarregados ficarão em estado de angústia existencial, estado que ao fim de um semestre provoca o burnout.
Em tempo: a propósito das ofertas sem procura, segundo o jornal i, há 197 cursos de licenciatura e mestrado integrado que ficaram com 10 ou menos alunos colocados na 1.a fase de acesso ao ensino superior. Destes, em 45 não foi colocado nenhum aluno.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
08/09/2016
CASE STUDY: É preciso ser muito saudável para resistir a tanta doença (9.º capítulo). O burnout dos professores universitários
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1 comentário:
Queimados já eles estão há uns 30 anos
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