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20/09/2016

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório (LVIII) – A falsificação da realidade

Outros purgatórios a caminho dos infernos.

Um episódio recente mostra até que ponto o esquerdismo oportunista do Syriza está a corromper e instrumentalizar as instituições gregas e a comprometer a frágil democracia grega.

Andreas Georgiou, o responsável da ELSTAT, o equivalente ao Instituto Nacional de Estatística grego, um técnico respeitado e reputado com mais de 20 anos de experiência no FMI, está a ser acusado em tribunal de ter inflacionado o défice do orçamento de 2009 (15,4%), não obstante a confirmação da CE de que o défice estava correcto.

Segundo os seus detractores, foi a alegada falsificação do défice que levou ao resgate em 2010, isto apesar de Andreas Georgiou só ter sido nomeado para o ELSTAT depois do resgate. Perante o evidente falta de fundamento da acusação esta foi alterada para o responsabilizar por 171 mil milhões de euros de prejuízos devido às pesadas condições do resgate alegadamente resultantes das estatísticas apresentadas.

Os tribunais rejeitaram por 3 vezes estas acusações. Contudo, no princípio de Agosto o Supremo Tribunal decidiu reabrir o caso e em Dezembro Andreas Georgiou será julgado por recusar que a direcção da ELSTAT decida o nível do défice por... votação.

A Economist que relata o caso compara-o ao de Olimpiy Kvitkin que por ter divulgado resultados do censo de 1937 inferiores aos anunciados por Estaline foi por este mandado prender e fuzilar. E evoca também a Argentina onde Cristina Kirchner tentou perseguir o responsável pelas estatísticas e só desistiu depois da ameaça de expulsão do FMI.

É claro que, para quem usa estes métodos, é normal chantagear a CE para extorquir mais concessões com declarações como «o problema grego é um problema europeu».

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