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26/09/2016

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Sobre o (ig)nobel Stiglitz

«O americano Joseph Stiglitz, economista e Nobel do ramo, elogia portugueses, gregos e espanhóis por, cito o DN, "terem melhores noções de economia do que a troika" e derrotarem nas urnas "os governos defensores da austeridade depois de 2008".

Em primeiro lugar, convém explicar ao homem que, Grécia discutivelmente à parte, Portugal elegeu um governo alegadamente "austeritário" em 2011 - e, descontadas moscambilhas parlamentares, voltou a elegê-lo em 2015 -, e a Espanha continua, na medida do possível, sob um governo do PP. Em segundo lugar, acredito que portugueses, gregos, espanhóis, guatemaltecos e curdos tenham melhores noções de economia do que o sr. Stiglitz.

Em 2007, este portento andava por Caracas a prever a irreversibilidade do "sustentável" (sic) crescimento local, a admirar o nível de vida vigente e a declarar irrelevante a elevada inflação. Em 2016, enquanto vende utilíssimos conselhos ao Sul, assegura ainda que a Alemanha está aqui, está na miséria.

Para a semana, aposto que o sr. Stiglitz vai anunciar que a Irlanda, que cresceu 26% em 2015, não sai da cepa torta. Esperem lá: já anunciou, em Janeiro passado. Ou seja, em economia, história, actualidades e no que calha, o sr. Stiglitz é bem capaz de ser o indivíduo mais à nora e menos esclarecido do mundo. Aparentemente, o homem só é óptimo a esconder de uns tantos a sua prodigiosa incompetência. E isso, sim, merecia um Nobel

Alberto Gonçalves no DN

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