08/09/2016

CASE STUDY: É preciso ser muito saudável para resistir a tanta doença (9.º capítulo). O burnout dos professores universitários

Outras doenças a que resistimos heroicamente

É preciso actualizar o estado de saúde da nação e acrescentar à multidão de sofredores mais uma classe: a dos professores universitários.

Segundo um oportuno e utilíssimo estudo da Universidade Portucalense, «mais de metade (62%) dos professores universitários estão com sintomas de stress e fadiga física, em burnout.»  E porquê, santo deus? Porque, explica o estudo, têm uma carga horária (16 horas) «superior à recomendada, acrescida da necessidade de conciliar as aulas com a investigação e orientação de alunos, podendo acumular funções burocráticas ou de maior responsabilidade». (fonte)

Se o burnout dos médicos se explica pela quantidade pantagruélica de doentes e pela variedade de doenças de que sofrem os portugueses, como se explica o burnout dos professores universitários? Pensando no assunto, encontrei uma explicação oposta à dos médicos. Se estes estão sobre a pressão do excesso de doentes e doenças, sabendo que dos milhares de licenciaturas, mestrados, doutoramentos, pós-doc, pré-Bolonha, Bolonha e pós-Bolonha, há inúmeras ofertas (parece que é assim que se diz) que têm um reduzido ou mesmo nulo número de alunos, imagino que os professores universitários delas encarregados ficarão em estado de angústia existencial, estado que ao fim de um semestre provoca o burnout.

Em tempo: a propósito das ofertas sem procura, segundo o jornal ihá 197 cursos de licenciatura e mestrado integrado que ficaram com 10 ou menos alunos colocados na 1.a fase de acesso ao ensino superior. Destes, em 45 não foi colocado nenhum aluno.

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