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28/01/2015

Pro memoria (219) - As competências preditivas da Mouse Square School of Economics

Inspirado pela Mouse Square School of Economics (MSSE), António Costa acusou Passos Coelho de não ter dado a «devida atenção» às novas regras da Comissão Europeia, que dão mais flexibilidade ao Pacto de Estabilidade e Crescimento. Ontem a Comissão Europeia voltou a confirmar que Portugal está excluído dessas novas regras porque continua sob o Procedimento por Défices Excessivos.

Em Outubro de 2013, Manuel Caldeira Cabral, um emérito membro da MSSE e consultor económico de António Costa não acreditava num défice de 4% em 2014 «pela quebra de receita inerente à própria política de austeridade». Também Óscar Gaspar, consultor económico de Seguro, garantia que «já ninguém acredita, dentro ou fora do país, que possa ser atingido um défice de 4%». O mesmo se passava com João Galamba, com Nicolau Santos, escriba do Expresso e notório pastorinho da economia dos amanhãs que cantariam, ao classificar o OE 214 como «uma ficção desesperada» e com Pedro Adão e Silva outro membro do MSSE que o classificou como «enorme farsa política». (ler no Expresso a retrospectiva por Duarte Marques).

Foi esta semana divulgada a Síntese da Execução Orçamental de 2014. Segundo o Económico, «a redução da despesa foi responsável por mais de dois terços da correcção do défice. A despesa caiu 1.192,7 milhões de euros em 2014 face a 2013, o que contribuiu para uma redução do défice igual a 1.761,5 milhões de euros. (…) Do lado da receita, e apesar da elevada carga fiscal e das medidas de combate à fraude, os impostos directos recuaram 0,2% face a 2013.» Em consequência, o défice ficou 655 milhões abaixo do previsto.

Com previsões destas, as credenciais do MSSE como suporte «científico» das políticas de António Costa continuam nas ruas da amargura onde as deixaram as políticas do governo de José Sócrates.

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