Há quase uma década, recordei aqui uma entrevista de Baptista-Bastos ao Independente onde nos iluminou com o conceito de jornalismo de causas, termo que julgo terá ele improvisado ali mesmo, na excitação de ter acabado de receber um prémio pelo Clube de Jornalistas, e que o (Im)pertinências desde logo adoptou no Glossário:
«O jornalismo tem que ser sobretudo o porta-voz daqueles que não têm voz.» «Não há factos. Os factos correspondem à visão do mediador, do repórter. (Defendo um jornalismo de indignação e) ... também um jornalismo de causas».Recordei este episódio a propósito da notável peça de jornalismo de causas datada de 1980, saída da pena de Baptista-Bastos como enviado especial à RDA e recordada no Insurgente por André Azevedo Alves. Nessa peça Baptista-Bastos explica porque «vale a pena viver na República Democrática Alemã», experiência que o colapso do império soviético 9 anos depois já não torna possível usufruir.
1 comentário:
Apesar de vos dar razão deixem o homem viver mais uns anitos com as saudades dos tempos em que o jornalismo era jornalismo (a espera da decisão da pide se podiam ou não publicar).
Não desfaçam o sonho do homem que talvez seja o sal e o tempero destes tempos agrestes.
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