Lido no Expresso (aqui):
«[…] soubemos recentemente que uma parte significativa da riqueza do país está nas mãos de apenas 1% da população. Aponta-se para uma concentração de cerca de 25% da riqueza nacional, nos ditos 1%, qualquer coisa como 41.250 milhões de euros, com um PIB de 165 mil milhões de euros.»
Vou passar por cima do «recentemente» e do facto da frase, tal como está escrita, confundir fluxo com stock, riqueza com produto.
Um quadro sobre a repartição das remunerações médias mensais pelos escalões mais altos mostra os dados seguintes:
Vamos a umas contas.
Considerando que existem em Portugal 10.406.967 habitantes (Pordata) e que a família média portuguesa é composta por 2,6 pessoas (INE), existem 4.002.680 famílias.
O último escalão do quadro (99,9999%) corresponde a 4 famílias a ganharem (em 2009) € 173.155 por mês. Ou seja, esses sacanas custam ao país € 701.089 por mês em salários que de certeza não merecem pois sabemos que só quem ganha € 500 por mês merece um salário. A minha sugestão é mandar o bando dos 4 para Ekaterinenburg num comboio de gado e fuzilá-los. Dividiríamos depois a fortuna que eles roubam pelas 4.002.676 restantes famílias. Distribuiríamos assim 18 cêntimos por mês a cada família.
Bem, se calhar não é exactamente o que eu esperava. Vamos então alargar o leque para os 99,9%. Ou seja vamos considerar que os 0,1% das famílias que ganham mais (€ 9,768 em 2009, cerca de € 4.500 líquidos por mês, um insulto) mereceriam umas férias forçadas em Ekaterinenburg com direito a enterro grátis. Aí sim, já resolvíamos tudo. As restantes 3.998.677 famílias passariam receber mais € 9,78 por mês.
Faríamos quase 4 milhões de famílias felizes, expurgaríamos a nossa sociedade de 4.000 famílias parasitas e o país daria um passo em direcção à igualdade.
Por que é que não percebem que o problema da nossa pequeneza não está nos escalões à direita, mas sim nos míseros € 165.000.000.000?
AB.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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22/07/2014
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Os ricos não têm dinheiro suficiente para pagar a crise
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1 comentário:
Muito bem! São estas as contas que é preciso fazer e mostrar aos que acham que ELIMINANDO OS RICOS, ACABAM OS POBRES!
Lembro-me que durante o PREC foram apresentadas contas semelhantes numa reunião de trabalhadores na SN mostrando quanto caberia a cada trabalhador se fosse distribuída por todos a fortuna do "Champas"|
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