Há uma dúzia de anos, Martin Amis publicou «Koba the Dread: Laughter and the Twenty Million» um libelo contra o socialismo soviético e José Estaline, libelo que é também um ajuste de contas tardio com o seu pai o escritor Kingsley Amis, um membro do Partido Comunista inglês e admirador do socialismo soviético até à invasão da Hungria em 1956. É da versão portuguesa que vou respigar excertos que publicarei neste e em próximos posts para ajudar a não deixar apagar memórias do passado que nos ajudam a compreender o presente.
Lenine em 19 de Março de 1922
Agora e somente agora, quando, nas regiões afligidas pela fome, há canibalismo e as estradas estão cobertas de centenas, quando não milhares, de cadáveres, podemos (e portanto devemos) prosseguir a aquisição de valores [da igreja] com a mais feroz e impiedosa energia, e que nada nos impeça de suprimir qualquer resistência... Somente o momento da fome desesperada pode dar-nos esta disposição das vastas massas camponesas, as quais, ou nos garantem a sua simpatia ou, pelo menos, a sua neutralidade... É o momento de travarmos o mais decisivo e impiedoso combate contra o [clero] e de submeter a resistência com tal brutalidade que nas próximas décadas eles não esqueçam... Quanto maior o número de representantes da burguesia reaccionária e do clero reaccionário que conseguirmos executar nesta acção, melhor.
(Continua)
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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