Quando se lê ou ouve os mídia portugueses, infestados pelo jornalismo de causas e pelo enviesamento esquerdizante, fica a ideia que os sindicatos têm um papel crucial na sociedade portuguesa e no mundo laboral. Na verdade, a densidade sindical é inferior a 20% e os sindicatos têm uma importância cada vez mais reduzida, abaixo da média dos países “avançados”, como se pode confirmar no quadro seguinte (Schnabel, Claus - «
Union membership and density: Some (not so) stylized facts and challenges», Friedrich-Alexander-Universität, August 2012). Portugal é, de facto, o país em que a densidade de sindicalização mais desceu no período 1980-2010.
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Fonte: Schnabel, Claus - «Union membership and density» |
Fica-se igualmente com a ideia de elevadas participações nas greves. Na verdade, as greves ditas gerais são essencialmente greves sectoriais nas empresas públicas dos transportes, dominadas de sindicatos controlados pelo PC. Segundo dados divulgados recentemente de um inquérito do Instituto de Ciências Sociais, 82,4% dos trabalhadores portugueses nunca fizeram greve e apenas 9,2% fizeram pelo menos uma greve nos últimos 5 anos.
Não fora o enviesamento dos mídia e a consequente manipulação (até das imagens com os homens-câmara amigos a procurarem o enquadramento ideal), as greves fora do sector público ficariam reduzidas à importância que têm – pouca.
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