Segundo o discurso oficial, o governo controlou o défice essencialmente pela contenção da despesa pública. «Mais de 70% da redução do défice deve-se ao lado das despesas», sentenciou, do alto da sua ciência financeira, o engenheiro Sócrates no último debate mensal no parlamento. O quadro seguinte parece evidenciar o quantum de fé necessário para acreditar nessa ciência.
A redução do défice de 2006 em 2,8 mil milhões de euros foi conseguida com um aumento da receita de 3,9 mil milhões (acréscimo nominal de 6,2%), suficiente para compensar o aumento de 1,8 mil milhões da despesas correntes. Estas últimas tiveram um acréscimo nominal de 2,7%, ou seja, em termos práticos, a preços constantes teriam igualado 2005. Dito de outro modo, o monstro do professor Cavaco não perdeu um átomo da sua pantagruélica magnitude.
Se em 2006 o governo tivesse mantido a carga fiscal de 2005, o défice de 2006 teria subido para 7,1 mil milhões de euros (ou 4,5% do PIB). Se adicionalmente o governo tivesse aumentado o tão celebrado investimento público na mesma proporção das despesas correntes, o défice teria subido para 8,0 mil milhões de euros (ou 5,1% do PIB). Lá teria ido o milagre para os quintos dos infernos.
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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