A propósito do protesto do embaixador da Colômbia pela presença na festa do Avante duns «activistas» das FARC, bando que a UE classifica como terrorista, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PC, vociferou «que esta operação e esta deriva em relação à nossa festa procura esconder a responsabilidade deste Governo em relação a actos de terrorismo de Estado» e mais disse que havia um "silêncio de chumbo" sobre este "terrorismo de Estado". (Público)
Assim de repente, pensei que o camarada Sousa teria aliviado o silêncio de chumbo e desistido de branquear a chacina de milhões e a obliteração nos Gulag soviéticos de outros milhões de dissidentes entre 1917 e 1989, nesse paraíso dos trabalhadores chamado União Soviética e entre 1945 e 1989 nos países da Cortina de Ferro. Estaria Jerónimo de Sousa à beira do que os seus camaradas costumam chamar auto-crítica?
Umas linhas mais abaixo percebi tudo. «A "questão central" é que o PCP tem "uma concepção diferente de terrorismo" comparativamente à UE e Estados Unidos.»
É por estas, e por outras, que o Impertinências atribui mais uns chateubriands, pela «concepção diferente de terrorismo», uns ignóbeis, pelo branqueamento da história da URSS e do PCUS, e, inevitavelmente, uns bourbons porque Jerónimo de Sousa nada aprende e nada esquece.
Esclarecimento a quem possa estar interessado:
A definição de terrorismo adoptada nas Proposed Definitions of Terrorism da ONU cobre algumas das acções das FARC, malgré Jerónimo, mas não cobre as acções da CIA, aussi malgré Jerónimo.
Terrorism is an anxiety-inspiring method of repeated violent action, employed by (semi-) clandestine individual, group or state actors, for idiosyncratic, criminal or political reasons, whereby - in contrast to assassination - the direct targets of violence are not the main targets. The immediate human victims of violence are generally chosen randomly (targets of opportunity) or selectively (representative or symbolic targets) from a target population, and serve as message generators. Threat- and violence-based communication processes between terrorist (organization), (imperilled) victims, and main targets are used to manipulate the main target (audience(s)), turning it into a target of terror, a target of demands, or a target of attention, depending on whether intimidation, coercion, or propaganda is primarily sought" (Schmid, 1988).
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