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01/12/2003

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: O inefável filósofo desconstrói o défice.

Secção George Orwell
É sobretudo altura de compreender que a sua fixação em 3% do PIB foi uma decisão totalmente arbitrária, que tanto podia ter sido esse valor como 2% ou 4%, 0% ou 6%, escreveu, referindo-se ao défice orçamental, o inefável prof. doutor Manuel Maria Carrilho na sua coluna Contingências no semanário do saco de plástico.
Alguém do PS com um módico de competência para falar destas coisas pode explicar ao filósofo que não se trata de desconstrutivismo, mas de coisas prosaicas de que depende a independência económica dum país? Será que a leveza insustentável da mente do homem lhe permitirá compreender que o défice nunca poderá ser sustentadamente superior ao crescimento nominal do PIB ou o estado ficaria, mais tarde ou mais cedo, insolvente.
Ao menos mandem o homem ler o que disse o seu ex-colega de partido Medina Carreira ao mesmo semanário do saco de plástico.
E, se não for pedir muito, tentem perceber que não se pode acusar, ao mesmo tempo, o governo de criar recessão com a obsessão do défice e por outro lado só tomar medidas cosméticas com receitas extraordinárias, ao mesmo tempo que se lhe aponta responsabilidades no aumento do desemprego, quando se deveria saber que as únicas medidas que atacariam o défice estrutural aumentariam o desemprego na função pública.

Três bourbons para o inefável filósofo, igual a si próprio, acrescidos de cinco chateaubriands, pelas olímpicas confusões.
Nota para o leitor acidental distraído: o nome desta Secção é uma homenagem a quem terá dito que há ideias e opiniões tão obviamente idiotas que é preciso ser-se um intelectual para se acreditar nelas.

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