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27/09/2024

Mitos (341) - O contrário do dogma do aquecimento global (XXXI) - Pero que las hay, las hay

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Em retrospectiva: que o debate sobre o aquecimento global, principalmente sobre o papel da intervenção humana, é muito mais um debate ideológico do que um debate científico é algo cada vez mais claro. Que nesse debate as posições tendam a extremar-se entre os defensores do aquecimento global como obra humana – normalmente gente de esquerda – e os outros – normalmente gente de direita – existindo muito pouco espaço para dúvida, ou seja para uma abordagem científica, é apenas uma consequência da deslocação da discussão do campo científico, onde predomina a racionalidade, para o campo ideológico e inevitavelmente político, onde predomina a crença.
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A revista Science acabou de publicar um interessante artigo («A 485-million-year history of Earth’s surface temperature») com os resultados de estimativas  por uma equipa de investigadores de universidades americanas e britânicas (Emily J. Judd da universidade do Arizona e seis outros investigadores) das temperaturas médias globais à superfície a partir de mais de 150 mil provas fósseis abrangendo um período de 485 milhões de anos. O estudo revelou que as temperaturas variaram muito mais do que até agora se pensava, como se pode ver no diagrama abaixo, e confirmaram o papel decisivo do dióxido de carbono nas mudanças de temperatura. 
 
[PhanDA designa o método adoptado no estudo para estimar as temperaturas médias globais à superfície
durante o éon Farenozóico que abrange a existência de vida na Terra] 

Não sendo esta a minha praia, remeto os interessados para a leitura do paper e apenas saliento que as conclusões evidenciam a falta de fundamento da tese implícita na dramatização mediática do aumento das temperaturas globais de que os terráqueos desde a Revolução Industrial estão a subverter uma suposta harmonia climática existente num passado idílico. Como confirmam «uma forte correlação entre o dióxido de carbono atmosférico (CO2) e as temperaturas médias globais à superfície, identificando o CO2 como o controlo dominante nas variações no clima global fanerozóico e sugerindo uma sensibilidade aparente do sistema terrestre de ~ 8 ° C» . Como ainda confirmam os aumentos das temperaturas de natureza antropogénica nos últimos 300 mil anos, que contudo não são significativos à escala do Fanerozóico e, segundo Emily J. Judd  em entrevista ao Washington Post, «mesmo nos piores cenários, o aquecimento provocado pelo homem não empurrará a Terra para além dos limites da habitabilidade».

De onde, me permito concluir que se, por um lado o estudo mostra que o histerismo climático não parece ter fundamento, por outro confirma que as mudanças climáticas estão de facto a ocorrer e, ainda que possam não ter as consequências que o histerismo climático trombeteia, têm consequências e seria inteligente fazer o que pudermos para mitigar os seus efeitos.

1 comentário:

Anónimo disse...

A diplomacia é uma solução.
Quando as posições se extremam nada resolve.
A lei do mais forte, a da natureza e universal, acaba por prevalecer.