«Mas regressemos aos campi americanos. No meu artigo da semana passada classifiquei a posição das presidentes como hipócrita, pois elas posicionam-se como baluartes da liberdade de expressão quando, na realidade, as universidades a que presidem têm uma trajetória deplorável na defesa dessa liberdade. Um excelente artigo de Ben Sasse (antigo senador republicano e presidente ad Universidade da Flórida) publicado na muito liberal/progressista The Atlantic (“The moral decay of elite universities”) fez-me ver que não se trata de hipocrisia das presidentes, mas, sim, de ideologia. Uma ideologia que amplia a visão marxista da luta de classes como motor da história, definindo, agora, “opressores” e “oprimidos” num conjunto de categorias que vão para além da mera classe social e incluem a raça, a orientação sexual ou a religião.
A célula a que pertencemos nesta matriz multidimensional determina e explica, em última análise, de forma imutável, a posição de cada um perante as mais variadas situações. Nesta teologia neomarxista o estatuto de vítima é a verdade mais fundamental e que subjaz a todas as análises da realidade social ou natural. Impõe-se às elites “conscientes” (“awakened”) identificar no mundo e nas suas instituições as categorias de opressores e oprimidos e, assim, descodificar as suas narrativas e propósitos. Como nota Sasse, a presidente de Harvard – mulher e afroamericana – será uma vítima, não obstante ganhar cerca de 900 mil dólares por ano, enquanto que um empregado de limpeza, CIS, branco e ganhando 30 mil euros será um opressor.»
Ainda os campi universitários, José Ferreira Machado no jornal Eco
1 comentário:
Parafraseando, "Era uma vez a América"...e, por extensão , um certo "ocidente"...
Resultado lógico da substituição do WASP pela ralé ...
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