«... as idiossincrasias portuguesas não têm a ver com a predileção pelo bacalhau ou pelo vinho verde. Têm a ver com a superestrutura ideológica e a praxis social. Os seus efeitos refletem-se na enorme escassez de capital social (confiança entre as pessoas e destas nas instituições), uma das mais baixas da Europa; na incapacidade para resolver a perene falta de capital financeiro (público e privado); na deficiente e reduzida escala da educação formal (analfabetismo ainda não erradicado, falta de competências para gerir o Estado e empresas e para aumentar a produtividade); na demeritocracia que resulta em elites débeis (e imediatistas) e líderes apenas nominais nos mais diversos níveis; na ausência de um conceito genérico para o que é e o que poderá ser Portugal – um passado, presente e futuro compreendido e aceite pela maioria dos portugueses.»
Nuno Cintra Torres no Jornal Económico
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