Uma vez mais, a eucaliptofobia esquerdizante foi desmentida pelos factos no caso particular do incêndio da Serra de Monchique, como aqui demonstrou José Miguel Cardoso Pereira do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia.
Nos diagramas do artigo de Cardoso Pereira representam-se as distribuições dos principais tipos de ocupação do solo no concelho de Monchique (diagrama da esquerda) e no interior da área queimada no concelho de Monchique até 8 de Agosto de 2018 (diagrama da direita). As distribuições são praticamente iguais, de onde se pode concluir tudo menos que o eucalipto ou outra espécie apresente uma propensão mais elevada para se incendiar, pelo menos neste caso concreto.
Na generalidade dos 5712 fogos ocorridos entre 1990 e 1994 estudados, a equipa de Cardoso Pereira
concluiu que:
- as áreas agrícolas são as que revelam menor propensão a arder, seguidas pelos montados de sobreiro e azinheira, e depois pelos eucaliptais, que ardiam menos do que seria de esperar. O que mais ardia era o pinhal bravo e, sobretudo, os matagais.
- O eucaliptal arde menos do que era expectável em função da área que ocupa e, em média para todo o país, tem níveis de propensão para arder próximos dos de florestas de folhosas autóctones.
Não tenhamos esperança que as crenças da eucaliptofobia sejam abaladas nas mentes de criaturas que adoptam o princípio de se os factos provam que estão errados, tanto pior para os factos.
1 comentário:
Vale mesmo a pena de ler o artigo. Bem escrito e límpido. Com clara fundamentação nos dados numéricos — portanto é 'fundamentalista'...
Mas os asnos não aprendem. Quase como os Bourbon...
Enviar um comentário