A acreditar no rigorososíssimo Estudo de Impacte Ambiental ao prolongamento da rede entre o Rato e o Cais do Sodré, divulgado pelo jornal Económico
neste artigo, em resultado desse prolongamento prevê-se o milagre de 1.232.276 (nem mais, nem menos, exactamente um milhão duzentos e trinta e dois mil duzentos e setenta) pessoas deixarão de utilizar veículo próprio só no primeiro ano e 38.545.108 no período de 30 anos.
Sendo certo que, como dizia o outro, a gente pode botar no Excel tudo o que der jeito para o propósito em vista, como exemplificado nos inúmeros estudos que mostraram a viabilidade das auto-estradas SCUT, das linhas TGV, dos aeroportos da Ota, de Beja, etc., neste caso talvez tenham exagerado a dose.
A evolução do uso do transporte público nas ultimas décadas na maioria das grandes cidades mundiais mostra não a sua expansão mas a retracção mais ou menos acelerada. No diagrama pode ver-se a queda significativa ou mesmo muito forte entre 2008 e 2017 nas cinco cidades americanas, devida à conjugação de vários factores: generalização do transporte partilhado, novos operadores privados (Uber e outros), uso de bicicletas, teletrabalho, entre outros factores. E estas são tendências comuns a várias grandes cidades europeias - ver o artigo da Economist «
Public transport is in decline in many wealthy cities».
Sem comentários:
Enviar um comentário