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08/04/2018

Mitos (272) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (8)

Outros mitos: (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)

Foram há poucos dias publicados os resultados de mais um estudo sobre o celebrado gender gap, baseado nos inquéritos que as empresas britânicas com 250 ou mais empregados são obrigadas a divulgar sobre os salários horários de homens e mulheres.

Segundo a Economist, as 10 mil empresas que responderam mostram uma diferença salarial média de 12%, e o grupo a que pertence a revista - um bastião da não discriminação sexual no trabalho - apresenta uma diferença salarial de quase 30%.

Uma vez mais, estes dados não levam em conta os postos de trabalho, isto é as funções desempenhadas e os níveis, e por isso, como a própria Economist reconhece, os executivos são comparados directamente com as suas secretárias.

Outro exemplo são as companhias de aviação onde 94% dos pilotos são homens (os pilotos têm um salário médio de £ 92 mil) enquanto 69% do pessoal de cabine são mulheres (o salário médio do pessoal de cabine é um quarto dos pilotos). Daí que, ainda segundo a Economist, não existe neste caso um problema de discriminação mas um problema de recrutamento.

Chegada a esta conclusão, a Economist não explica como se resolve este problema de recrutamento, que na verdade é mais um problema de preferências femininas na escolha da profissão baseada em estereótipos do mesmo tipo que levam os rapazes a preferirem brincar com carros e as raparigas com bonecas. Talvez administrando testosterona nas meninas e estrogéneo aos rapazes e, já agora, manipulando a uns e outros o hipotálamo em escolas onde se ensine o newspeak.

Mas então a verdadeira discriminação sexual nos salários não existe?


Existe sim e tem a importância que a própria Economist já conclui ter.

1 comentário:

Anónimo disse...

https://youtu.be/ROKrjpdZVXE?t=40s