48. Leviatã [continuação de (1), (2) e (3)]
De volta ao portaló o imediato fixou os termos em que poderia contratar o senhor Ulisses:
1) Começaria a trabalhar imediatamente preparando o almoço dos oficiais. Se a qualidade de cozinheiro corresponder às suas palavras fica contratado para esta viagem e para todas as que se seguirem desde que mantenha a qualidade da cozinha e execute as restantes tarefas em que se declarou preparado;
2) Viajará sempre na qualidade de passageiro e será pago pela tripulação e não pela empresa proprietária do navio;
3) O contrato poderá ser cancelado por ambas as partes em qualquer momento não se carecendo de uma causa para esse efeito.
Obviamente que nem é necessário colocar a questão de se saber se o senhor Ulisses aceitava ou não as condições: o homem estava nos sétimos céus. Mas o imediato ainda tinha umas quantas questões, para além da verdadeira razão de o contratar como mainato ter mais a ver com o nome do que com as promessas do próximo futuro passageiro tripulante do navio:
Porque lhe fora dado aquele nomes Ulisses Trinta e Quatro e para esta ingente questão a resposta foi coerente e satisfatória:
Os povo aqui não tem registo e não sabe idade e os pai de eu resorver botar ano nos nome, mas os comandante poder mudar para outro número. Não far mal!
O imediato nem se sentiu lisonjeado por ser tratado por comandante informando o futuro cozinheiro de que se o pai lhe tinha dado aquele número como nome não seria ele que o ia alterar. Abordou a outra questão que o intrigava e que era o entendimento que o Ulisses tinha de horas, ventos e marés:
Eu saber sempre as hora dos dia e das noite sem ter máquina. Saber sempre o tempo que faz nos semana que vem e saber sempre as altura dos maré
O homem estava a gozar ou era doido. Então que horas são?
9 hora e 43 minuto!
Eram mesmo mas o Ulisses poderia ter visto as horas no relógio do comandante ou algures no navio. Faltava, ainda o teste da maré. Qual era a altura naquele momento?
Um metro e dez centímetro!
Uma olhadela aos papéis de navegação dava conta exactamente daquela altura. O homem não estava a gozar mas, por certo, era doido.
(Continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário