Na 5.ª feira passada durante o debate parlamentar António Costa definiu o que para ele seria uma «sociedade decente» nos seguintes termos:
«é uma sociedade onde cada um contribui para o bem comum de acordo com as suas capacidades, e cada um recebe de acordo com as suas necessidades»Por alguma razão, porventura um curto-circuito nas suas sinapses atafulhadas de ideias mal assimiladas e pior arrumadas, mas mais provavelmente pela necessidade de pagar tributo a comunistas e bloquistas dos quais depende, Costa usou quase ipsis verbis a definição de Karl Marx de uma sociedade comunista.
Sobre este episódio, remeto para o que escreveu José Manuel Fernandes, sobre o enquadramento histórico, e para o artigo pedagógico de João Carlos Espada que explica o significado da escolha de Costa, de onde respigo a passagem seguinte:
«Observemos a frase de Karl Marx. Se as pessoas devem contribuir de acordo com as suas capacidades e receber de acordo com as suas necessidades, isso implica que alguém terá de deter o poder para determinar as capacidades de cada um e o poder para determinar as necessidades de cada um.
Sabemos qual foi a resposta prática fornecida pelo comunismo e pelo nacional-socialismo a esta questão: esse alguém é o Estado. Mas, este não é sequer o problema mais fundo. Podia, por hipótese, não ser o Estado. Podia ser o “colectivo” — que era em rigor o que Marx tinha em mente naquela frase. E, também em bom rigor, o poder absoluto que o nazismo e o comunismo deram ao Estado foi dado em nome do “colectivo” — a “Nação”, no caso do nazismo, o “proletariado”, no caso do marxismo (o Terceiro Estado, no caso da revolução francesa).»
Lembrando que este episódio se segue à declaração de Mortágua sobre a espoliação dos «ricos», a partir de agora só se engana quem quer ser enganado.
1 comentário:
O Costa trata da sua agenda própria. Ser eleito presidente. Como o mostrou bem o dos afectos, convém arrebenhar simpatias até na festa do avante
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