Outras preces.
«O Presidente da República, pelas suas funções, representa o Estado. O Estado que neste momento, através do poder judicial, acusa Sócrates de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais; o Estado que Sócrates, por sua vez, acusa de estar a ser utilizado, contra a lei, para consumar uma mera perseguição política. Quem ontem se deparou com os sorrisos e os cumprimentos entre o Presidente da República e o arguido do “Processo Marquês”, que terá concluído? Que, condenados a encontrar-se, ambos preferiram fintar os óbvios constrangimentos com uma cortesia banal? Que, como terá comentado o Presidente, em Portugal nunca se “discrimina” ninguém, seja qual for a razão? Ou que nada neste regime é afinal suficientemente sério para impedir um momento de boa disposição?
O “breve encontro” do Presidente da República com José Sócrates não deveria ter acontecido. O Presidente é demasiado importante para correr certos riscos. Em Maio, na inauguração do Túnel do Marão, o actual primeiro-ministro evitou pelo menos deixar retratos com Sócrates. A Presidência da República deveria ter tido ainda mais pudor e recato. O Presidente não se protegeu, ou ninguém protegeu o Presidente. Noutros países, isto teria consequências – porque, por mais estranho que isso possa parecer em Portugal, há países onde a justiça e a política são levadas a sério.»
«Quem protege o Presidente?», Rui Ramos no Observador
Assino por baixo, salvo quanto à necessidade de proteger o presidente que não precisa de protecção porque faz as suas escolhas, já não tem a desculpa da adolescência e deverá responder por elas. Quem precisaria de protecção são os eleitores que ainda retêm um módico de senso e percebem que estes sinais presidenciais são de mau augúrio quando a borrasca visível no horizonte chegar.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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05/07/2016
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (11)
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1 comentário:
Este tipo não é Presidente, "faz de" presidente.
No máximo, um medíocre "compère" revisteiro.
Mas , atenção : directamente proporcional ao povo a que "preside"...
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