«O Conselho de Estado, reunido sob a presidência de Sua Excelência o Presidente da República, hoje, dia 11 de julho de 2016, no Palácio de Belém, analisou a situação económica e política europeia e sua incidência em Portugal. Sublinhou, em particular a premência de uma contínua reflexão aprofundada sobre os desafios colocados à União Europeia, em termos económicos, financeiros, sociais e políticos, e que deve, também, merecer o acompanhamento pelo Conselho.»A partir da nota informativa (só pode ter sido porque os participantes estavam obrigados ao sigilo, ou não?) vários jornais publicaram «notícias» referindo o que teria dito na reunião Cavaco Silva, a bête noire da esquerdalhada e do jornalismo de causas, perdoai a redundância. Todas as peças publicadas são unânimes em concluir que Cavaco Silva fez uma exposição técnica, onde se referiu ao Tratado Orçamental e aos programa de estabilidade e a conjuntura internacional, «sem nunca se referir às sanções» (Público, DN , Expresso, Negócios, Sábado usam esta expressão ou outra semelhante).
A partir das referências ao que Cavaco Silva terá dito, são publicadas várias peças com uma matriz quase idêntica onde se especula sobre o que não disse e que só pode ter sido lido nas suas meninges por telepatia. Eis alguns títulos dessas peças:
- Público - «Cavaco estraga unanimidade do Conselho de Estado sobre sanções»
- Expresso - «Conselho de Estado: Cavaco terá legitimado aplicação de sanções»
- Sábado - «Cavaco Silva rompe consenso anti-sanções»
- Diário de Notícias - «Cavaco foi o único a "defender" sanções no Conselho de Estado»
- Negócios - «Cavaco Silva rompe consenso anti-sanções»
- Portugal News - «Cavaco Silva rompe consenso anti-sanções»
Nos idos de 2012 publiquei este post com uma declaração antecipada de voto: numas próximas eleições presidenciais votaria até no tele-evangelista para evitar transformar Belém num centro de intriga permanente.
Sem comentários:
Enviar um comentário